Dia mundial contra os carros
Rajadas de nomes de cidades, frutas e pedras nos olhos marejados dos cansados pangarés. A luz gritante bate nos dentes da onça veloz, rebate nos olhos pobres.
Ressentimento, ponto cego no espelho retrovisor: o que ficou para trás ainda visível. O fim daquela ansiedade doida: início de milênio, promissor ser perseguido por ninguém, correr e não sair do lugar.
O menino ficou irreconhecível com a cara macerada. Não pôde ser reconstituído pelos legistas. Nem pela poesia. Desde então um pesadelo na cabeça: o menino escondido num lençol e duas botas pretas.
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